segunda-feira, 16 setembro 2024
UMUARAMA/PR

Prefeitura de Tapejara nega ajuda à mãe de criança com paralisia cerebral

Prefeitura de Tapejara nega ajuda à mãe de criança com paralisia cerebral

Opções disponibilizadas pela Secretaria de Saúde faz com que mãe de criança tenha que escolher entre a saúde e a educação.

Arthur Stabelini Santana, de apenas 3 anos de idade, precisa de tratamento e por isso se desloca de Tapejara a Umuarama todas as semanas com a mãe, Thayná Gomes Stabelini de 27 anos de idade. O que antes da eleição era feito com auxílio da Secretaria de Saúde de Tapejara, agora só é possível com o próprio esforço de uma mãe determinada.

O menino nasceu com 6 meses de gestação, com falta de oxigênio, causando paralisia cerebral. As sequelas do parto permaneceram no corpo dele e, hoje, convive com paralisia cerebral, precisando de atenção especializada constante. Porém, o SUS de Tapejara não oferece estrutura adequada.

Por isso, a mãe procurou a Secretaria de Saúde para pedir ajuda; os tratamentos do filho são todos em Umuarama e, sozinha, Thayná tem muita dificuldade de manter a frequência necessária. De início, a Secretaria ofereceu a vã da saúde, porém os horários de ida e volta prejudicaram a vida escolar da criança. “No início eu fui com a vã. Isso foi em 2021. E fiquei um tempo nisso, vai e volta, vai e volta com a vã; com isso, ele faltava na escola, faltava na APAE, nunca batia os horários e isso foi prejudicando ele”, disse a Thayná para o Umuarama News.

Insistindo com a Secretaria, Thayná pediu um por carro da saúde com um horário mais flexível, de forma a permitir que Arthur frequentasse a escola regularmente. A prefeitura, no entanto, negou essa possibilidade, mas ofereceu financiar o combustível de um carro privado para esse fim, desde que usado pela Thayná e o filho.

Diante disso, durante algum tempo, Thayná contou com a ajuda de familiares e com o combustível fornecido pela Prefeitura. Contudo, no início do período eleitoral, ela relatou que foi surpreendida pela secretária da saúde e atual esposa do candidato a prefeitura de Tapejara, Ana Cláudia Frediani Francischini, que, segundo ela, cortou o auxílio de combustível pago pela prefeitura para evitar problemas: “Todos os atendimentos dele, tanto particular quanto pelo SUS, são por Umuarama. Então, no máximo eles me ajudavam com o combustível,l nada mais que isso. Esse combustível foi cortado agora na eleição. Me chamaram na sala, falaram que iriam cortar o combustível, para não gerar denúncia e iriam me oferecer o carro da saúde até outubro. Depois que passasse as eleições, iria voltar tudo ao normal”, explicou ela.

Por isso, a mãe gravou um vídeo para as redes sociais onde explica sua situação e cobra da Secretaria de Saúde. Thayná relatou à reportagem que ficou acertado a disponibilização de um carro da secretaria de saúde para levar a criança e a mãe para os tratamentos; porém esse veículo jamais transportou estes passageiros, ou sequer foi disponibilizado. “Eu fui lá marcar horário do carro, mas eles me falaram que não tinha carro e que ia dar um jeito. Nesse dar um jeito, eu fiquei esperando, esperando e esperando e não chegou carro nenhum! Eu perdi as sessões dele, dois dias, até eu conseguir uma ajuda” – explica Thayná.

Em nota técnica, a secretária de saúde Ana Cláudia disse que “Como esses veículos são agendados para uso coletivo da população, não podemos priorizar ou favorecer um único paciente. Inclusive, nesta solicitação, o transporte foi disponibilizado, mas novamente recusado, com a exigência de que a Secretaria de Saúde custeasse todos os gastos, incluindo o conserto do carro particular”. Também disseram que dão apoio nos tratamentos realizados pelo menino, fornecendo remédios, leite especial, andador, óclos, fisioterapia especial, e até mesmo viagem para Brasília já foi pago. “A nota é falsa”, afirma Thayná.

“Eu tenho as provas. Soltaram que eles pagam a fisioterapia do menino que não é pelo SUS. Isso é calúnia, difamação! Eu tenho os comprovantes. Eu tenho os comprovantes tanto lá de Brasília como os de tratamentos. Eu tenho os comprovantes de tudo. Eu acho que uma mãe não soltaria um vídeo desse, sem ter como provar” – respondeu Thayná. Ela ainda ponderou que gostaria de ter sido procurada para resolver essa situação sem o embate público, e também que a verba necessária para as viagens não fosse cortada por conta das eleições, já que o tratamento do filho é indiferente a este acontecimento.

Thayná explicou à reportagem que precisou sim de ajuda financeira para custear pequenas manutenções em seu carro, mas justificou dizendo que o SUS não oferece o tratamento necessário para seu filho em Tapejara e que as vãs geram dificuldades para a criança, para ela e para outros usuários, já que a Arthur precisa de cadeiras de rodas e que toma um enorme espaço no veículo, além da questão dos horários escolares. Sobre o caso de Brasília, ela explicou que quem pagou pela viagem foi o Estado, após recomendação do neurologista para um exame, que descobriu uma luxação no quadril, dificultando ainda mais a viagem de vã. E ainda, é ela quem paga as fisiotepias e consultas particulares da criança.

“Eu só queria deles, um carro no horário para ir fazer o tratamento. Não queria um carro exclusivamente para meu filho, igual eles estão falando lá. É só um carro no horário certo, somente isso”, “Eu acho que a gente que ter coração, tem que ter o bom senso de ver que é uma criança e não um adulto” – desabafa Thayná.

O Umuarama News procurou a Secretaria de Saúde de Tapejara, mas até a publicação desta reportagem não obteve nenhuma resposta. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

Veja vídeos publicados em rede social:

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