O Ministério Público do Paraná (MPPR) deflagrou na manhã desta quinta-feira (9) a Operação “Fake Care”, que culminou na prisão do prefeito de Fazenda Rio Grande, Marco Marcondes, além de outros quatro envolvidos. A ação investiga um esquema complexo de corrupção e desvio de recursos públicos da área da saúde, com um prejuízo ao erário que, até o momento, é estimado em mais de R$ 10 milhões.
O prefeito foi detido sob a acusação de fazer parte de um grupo criminoso que simulava processos legais de contratação para justificar pagamentos superfaturados e repasses ilícitos na saúde do município, Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Envolvimento de altos escalões e fraudes com testes rápidos
Além do prefeito, outras prisões foram realizadas, incluindo um auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), um conhecido comentarista esportivo que seria sócio de uma das empresas investigadas, e outro sócio-administrador. O TCE-PR informou, por meio de nota, que o auditor detido já estava afastado das funções desde o início do ano e que a instituição colaborará integralmente com o MPPR.
As investigações, conduzidas pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos (SubJur) com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apontam que o esquema se concentrava em fraudes com a aquisição de testes rápidos, simulando a legalidade dos processos para desviar o dinheiro público.
Os envolvidos são investigados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, contratação direta ilegal, peculato e lavagem de dinheiro.
Medidas judiciais e o que dizem os envolvidos
O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) expediu os mandados de prisão, além de autorizar buscas e apreensões em diversos endereços em Curitiba e Fazenda Rio Grande, incluindo gabinetes na prefeitura, residências e sedes de escritórios.
Além das prisões, o TJPR também determinou o afastamento de função pública de quatro dos detidos. Os presos foram encaminhados à Cadeia Pública de Curitiba e permanecem à disposição da Justiça.
A reportagem buscou o posicionamento da Prefeitura de Fazenda Rio Grande e da defesa do prefeito Marco Marcondes, bem como dos demais envolvidos. Até o momento, a prefeitura não se pronunciou sobre o assunto.
A Operação “Fake Care” lança luz sobre a fragilidade no controle de gastos públicos na área da saúde e reforça a atuação das instituições de controle no combate à corrupção que drena recursos essenciais para o bem-estar da população. O Ministério Público do Paraná não descarta novas fases da operação e a ampliação da lista de investigados.
