Os dois internos que ameaçaram uma enfermeira com cacos de vidro para fugir do Hospital Psiquiátrico Santa Cruz, na noite de ontem (19), em Umuarama, contaram que não aguentavam mais ficar em um lugar onde pessoas comem as próprias fezes, e que estavam ‘ficando loucos’, dentro da instituição. Eles foram capturados pela Polícia Militar na manhã desta quinta-feira (20), na região da Igreja São Paulo.
Os jovens, um de 19, natural de Mercedes – extremo oeste do Estado – entrou em contato com a família, e ele será encaminhado à Apromo (Associação de Apoio à Promoção Profissional), para que seja providenciada uma passagem de volta ao seu município. Ele alegou ter sido internado por ser dependente químico, mas que enquanto estivesse ali, iria continuar fugindo, pois em vez de se tratar, estava ficando louco.
Já o outro rapaz, de 28 anos, disse que estava internado há 21 dias, e que não aguentava mais. Ele também passará por uma triagem da Apromo para verificar sua situação, para ser encaminhado à sua família novamente, que é de Umuarama.
Os dois alegam que as condições do hospital não são fáceis. Assista:
Ainda há um terceiro foragido, que também participou da ação, mas até o momento, ele não foi localizado. A polícia orienta que ao perceber um homem com atitude suspeita, que sejam acionados através do número 190.
O QUE O HOSPITAL DIZ
A reportagem procurou a direção do hospital, que não está na cidade, mas informou esclareceu alguns pontos em relação as denúncias dos jovens.
Trancas nos banheiros não são permitidas, pois pacientes podem se trancar, se machucar, arrancar fiação, essa é uma das medidas preventivas para que este tipo de situação não aconteça, assim como em demais hospitais psiquiátricos do Paraná.
Sobre a ala onde os jovens estavam com outros pacientes em surto, a informação é de que o hospital não pode separar essas pessoas, pois correm o risco de serem denunciados por discriminação. O relato de pacientes comendo fezes é esporádico, segundo a instituição e haverá uma possível transferência de setor, caso seja confirmado a veracidade dos fatos.